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Sobe para 7 o número de mortos em atentado durante passeata em Cabul

Cabul/AFG – Pelo menos sete pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas neste domingo em Cabul, quando um homem em uma motocicleta detonou explosivos que levava presos em seu corpo contra participantes de uma passeata que lembrava o 13º aniversário de morte do guerrilheiro afegão Ahmad Sha Masud.

O atentado aconteceu por volta das 15h (horário local, 7h30 de Brasília), na praça de Taimani, no noroeste da capital afegã, quando um suicida em uma motocicleta “se explodiu perto do grupo de seguidores do herói nacional Masud”, afirmou à Agência EFE o porta-voz do Ministério de Interior afegão, Najib Danish.

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No atentado morreram sete pessoas que faziam parte do grupo e outros 25 ficaram feridos, de acordo com o porta-voz da polícia da capital, Hashmat Stanikzai.

Hoje se lembrava em Cabul os 17 anos do assassinato do conhecido “Leão do Panjshir”, em referência ao vale do norte de Cabul, ocorrido na província de Tajar, dois dias antes dos atentados contra as Torres Gêmeas em Nova Iorque.

Os atos oficiais foram liderados pelo chefe de governo afegão, Abdullah Abdullah que, após estudar Medicina em meados dos anos 80, decidiu se unir à luta armada, se alistando na Frente de Resistência Panjshir, onde ascendeu até se tornar conselheiro do general Masud.

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Além disso, milhares de seguidores do “Leão do Panjshir “saíram às ruas para lembrar o ídolo, desencadeando pânico entre a população local, já que muitos deles dispararam tiros para o alto, o que acabou ferindo pelo menos 13 pessoas, segundo o porta-voz policial.

Stanikzai detalhou que a polícia deteve pelo menos 110 pessoas que tinham conexão com os disparos, que eram “jovens e adolescentes preguiçosos (…) que se declaram fãs de Masud”.

Ahmad Sha Masud começou a se tornar lenda durante a resistência dos mujahidins “afegãos contra os soviéticos, que tiveram neste autêntico especialista de guerra seu mais duro adversário, mas a figura do lendário comandante começou a desaparecer aos olhos dos afegãos por sua participação no governo do país durante a década de 1990.

Além desse período turvo no Executivo e derrotado pelos talibãs em 1996, despertaram-se receios de suas relações com as potências ocidentais que viram nele um aliado para lutar contra os insurgentes e para capturar Osama bin Laden.

Masud foi assassinado por dois supostos jornalistas de origem árabe que detonaram uma carga explosiva escondida em uma câmera falsa quando iam entrevistá-lo, uma ação vinculada a Al Qaeda, embora não se tenham provas definitivas dessa ligação.

Após a queda do regime talibã dois meses depois de sua morte, Masud foi elevado ao altar dos heróis afegãos pelos novos governantes, em grande parte procedentes da Aliança do Norte liderada pelo militar.

Por: Agência EFE