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Economia

Carrefour cria empresa para tentar crescer na venda online de alimentos

O Carrefour estreou no comércio online de alimentos em outubro de 2017.

A empresa não revela quanto será investido especificamente nessa nova unidade de negócios (Foto: Divulgação/Reprodução)

A largada da corrida de grandes redes varejistas para conquistar uma fatia maior do comércio online, especialmente de alimentos, foi dada. Ontem, o Carrefour anunciou a criação de uma nova unidade de negócios, o Carrefour eBusiness Brasil, que vai reunir toda a área digital da companhia. Até agora, as iniciativas digitais estavam pulverizadas entres vários departamentos da rede varejista.

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Noël Prioux, presidente do Carrefour Brasil, disse, em comunicado, que o objetivo da nova unidade de negócios é acelerar a transformação digital do grupo e atingir a liderança do varejo online de alimentos.

No Brasil, o varejo online de alimentos movimenta menos de 1% das vendas totais de comida e tem potencial para crescer. Na China, representa 30% do comércio de alimentos e na Inglaterra, 12%.

O Carrefour estreou no comércio online de alimentos em outubro de 2017, um ano após ter voltado para o varejo eletrônico de itens não alimentícios. No terceiro e no quarto trimestres de 2018, o comércio online foi o segmento de varejo que mais cresceu em relação a igual período de 2017 dentro do Carrefour, segundo o relatório de resultados. Agora, a empresa quer ampliar rapidamente as vendas desse segmento.

A nova área, que terá equipe própria, será comandada por Paula Cardoso, executiva que nos últimos seis anos atuava como presidente do Carrefour Soluções Financeiras, cargo que ela deixa de ocupar. Desde o ano passado, Paula estava à frente também do programa de transformação digital e acumulava as duas funções.

A empresa não revela quanto será investido especificamente nessa nova unidade de negócios. No final de 2018, o Carrefour anunciou que aplicaria neste ano no País R$ 1,8 bilhão, podendo chegar a R$ 2 bilhões. Em janeiro de 2018, o Grupo informou que os aportes globais em tecnologias digitais para cinco anos somariam ¤2,8 bilhões. Certamente, a nova unidade de negócios deve receber parcela de recursos previstos nesses dois pacotes de investimentos.

Concorrência

No segundo semestre de 2018, o concorrente GPA já tinha feito movimento semelhante ao que o Carrefour faz agora. “Criamos uma área de transformação digital e colocamos embaixo dessa área o programa de fidelidade, aplicativos, inovação, a interface com as startups e o comércio eletrônico”, disse, em recente entrevista ao Estado, Peter Estermann, presidente do GPA.

Apesar de o Carrefour apontar como uma das principais metas da nova unidade de negócios a liderança do varejo online de alimentos, posição ocupada atualmente pelo GPA, a unidade de negócios vai administrar startups, aplicativos e programas de benefícios, entre outras iniciativas digitais, num modelo semelhante ao escolhido pela concorrência.

Para o consultor Marcos Gouvêa de Souza, diretor do Grupo GS& Gouvêa de Souza, ao criar um negócio novo nesses moldes, Carrefour e GPA optaram por dar mais foco e agilidade a esse processo, a fim de acelerar a mudança. “A palavra de ordem hoje não é quando e se vai acontecer a digitalização. A digitalização tem de acontecer e rápido”, diz. Ele argumenta que o consumidor alterou a maneira de fazer compras de todas as categorias de produtos, buscando mais conveniência e canais digitais. E as redes precisam se ajustar rapidamente para atender a essa demanda.

Na opinião do consultor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, Eugênio Foganholo, a maneira pela qual Carrefour e GPA estão investindo na digitalização do varejo revela que apenas vender pela internet não é suficiente. “É preciso uma visão mais sistêmica, que faz com que todos os processos sejam cada vez mais tecnológicos e integrados para acolher o consumidor que já é digital.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo