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‘Mataram para roubar’, afirma delegado sobre morte de esportista britânica

Delegado Ivo Martins falou que a britânica foi vítima de um roubo ocasional (Foto: Mário Souza/DM)

‘Foi um roubo ocasional com morte. O que interessava para eles eram os pertences’. Foram com essas palavras que o delegado-adjunto Ivo Martins, da Polícia Civil do Amazonas falou sobre o latrocínio (roubo seguido de morte), que vitimou a esportista britânica Emma Tamsin Kelty, 43. Sete pessoas participaram do crime, entre eles dois adolescentes. Outros três suspeitos são procurados pela polícia.

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Durante a coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (19), realizado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul da capital, o delegado Ivo Martins explicou que a atleta britânica estava acampada em uma barraca montada por ela, às margens do rio Solimões, na Ilha do Boieiro, localizada em frente à comunidade Lauro Sodré, quando foi atacada pelos criminosos, entre 20h e 20h30 de quarta-feira (13).

Emma Tamsin Kelty, 43, que realizava canoagem esportiva no rio Solimões foi morta com dois tiros (Foto: Reprodução/Twitter)

O grupo chegou ao local em uma canoa e um deles efetuou dois disparos de espingarda calibre 20, com o cano serrado contra a Emma Kelty, que depois de ferida foi arrastada da barraca e jogada ainda viva nas águas do rio Solimões, a cerca de 100 metros do local onde estava acampada. A vítima teve os pertences e o dinheiro roubados pelo grupo. O caiaque da atleta chegou a ser furado e depois jogado no rio na tentativa de afundá-lo.

Após o crime, os criminosos tentaram vender os objetos roubados da vítima, dentre eles dois celulares, um tablet, uma câmera fotográfica e um drone, em comunidades dos municípios de Coari e Codajás (a 363 e 240 quilômetros de Manaus, respectivamente).

De acordo com o delegado Ivo Martins, os sete envolvidos foram identificados como Artur Gomes da Silva, vulgo ‘Beira’, Evanilson Gomes da Costa, o ‘Baía’, Erinei Ferreira da Silva, o ‘Alfinete’, Erimar Ferreira da Silva, o ‘Chico’, e Nilson Ferreira da Silva, chamado ‘Zé Preto’, além de dois adolescentes com as iniciais J.P.G. e R.C.O., ambos de 17 anos. Todos tiveram os mandados de prisão e de busca e apreensão representados à Justiça da Comarca de Coari.

“Em depoimento, um dos infratores relata que ela não conversa, apenas gemia depois de ferida. Em razão disso, ela foi arrastada da barraca em que descansava e colocada na canoa deles, sendo depois jogada no rio. Todos os materiais dela foram roubados. Temos um crime ocasional, infelizmente existem diversos casos assim naquela região”, disse Ivo Martins.

O caiaque encontrado pela equipe da Marinha do Brasil foi transportado para a capital, no Navio Patrulha Fluvial (NPaFlu) Amapá, onde passará por perícia para coleta de material e conclusões da investigação.

O capitão de fragata Paulo Veiga, da Marinha do Brasil, disse que a atleta usava um dispositivo que ao ser arremessado no rio pelos suspeitos foi acionado. Diante disso, uma empresa, que não teve o nome divulgado, entrou em contato com o órgão.

“A empresa contatou a Marinha do Brasil no dia 13 por volta das 22h, dando conta que o equipamento em casos de perigo havia sido acionado. No dia seguinte, o Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN) enviou uma aeronave ao local para dar início às buscas. Na sexta-feira (15), o Navio Patrulha Fluvial Raposo Tavares foi deslocado para reforçar nas buscas com 84 militares e mais três a bordo de uma aeronave do 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral”, explicou.

Buscas

O capitão Janderson Lopes, do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), disse que equipes de mergulhadores estão na região fazendo as buscas, mas o local é de pouca visibilidade e a correnteza é forte, o que dificulta os trabalhos de resgate. Além disso, as chances de encontrar o corpo da britânica são remotas.

“Estamos empenhados para achar o corpo, mas devido os tiros que a britânica sofreu impossibilita as chances de encontrá-la”, esclareceu Lopes.

Segundo informações da embaixada britânica, familiares estão em deslocamento para acompanhas às buscas.