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Cidades

Passageiros criticam falta de respeito no transporte dos ‘amarelinhos’

A maioria dos motoristas não usam cinto de segurança e dirigem em alta velocidade, colocando em risco a vida de quem utiliza o transporte.

O transporte alternativo, os chamados “Amarelinhos”, trafegam de forma desorganizada (Foto: Josemar Antunes)

Manaus (AM) – É comum as pessoas que moram na Zona Norte e Leste de Manaus utilizarem o transporte alternativo, conhecido como “Amarelinhos”. Porém, muitos passageiros reclamam da falta de respeito dos profissionais que trabalham nesse tipo de transporte. Além de muitas vezes dirigirem em alta velocidade, esses profissionais trocam de percurso no meio do caminho e mudam os passageiros para outro veículo, sem respeitar quem paga pela passagem.

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A equipe do Diário Manauara entrou em contato com um cobrador, que preferiu não se identificar, para saber o motivo dessas trocas de passageiros. Segundo o profissional, é necessário trocar os passageiros quando alguns amarelinhos estão indo para o mesmo bairro, então, para não ter um prejuízo eles preferem mudar os usuários do sistema para outro veículo, e assim, mudar o percurso para outro bairro.

Para Dona Maria, moradora do bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste da capital, os “alternativos” circulam de forma desorganizado e em alta velocidade. “Quando eu uso o transporte lotação Jorge Teixeira/João Paulo, que já roda muito, o motorista decide colocar Jorge Teixeira/Valparaiso no meio do caminho. Essa falta de respeito muda totalmente o percurso até minha casa. Com isso, eu tenho que descer do micro-ônibus, sendo que paguei a passagem para ficar perto de casa. Eles mudam na cara dura, sem se importar com os passageiros”, disse Dona Maria.

Os motoristas param onde querem e completem o trânsito (Foto: Josemar Antunes)

Além falta de respeito, os motoristas não usam cinto de segurança, falam ao celular no trânsito, dirigem em alta velocidade com os passageiros, não respeitam a parada obrigatória permitida somente em pontos de ônibus e, simplesmente, param onde querem. A competitividade entre os condutores chamados “velozes e furiosos”, tem como objetivo conseguir mais passageiros que o concorrente. Muitas das vezes em imprudência acaba em acidentes graves e mortes.

Conforme o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) os serviços de transporte público coletivo de passageiros do município de Manaus, classificam-se como Convencional, Executivo e Alternativo. A prestação de serviços prevê os itinerários, horários e pontos de parada, assim como os padrões técnicos e operacionais, definidos pelo Instituto. O condutor do transporte Alternativo deve seguir as normas estabelecidas no contrato de concessão e o não cumprimento de tais normas implicará em medida administrativa, pena/multa.

Neste ano, o Instituto já fez fiscalizações nesses transportes alternativos. Em março, mais de 30 micro-ônibus foram fiscalizados. Além disso, em abril deste ano foi feita uma reunião promovida pelo IMMU, com representantes de cooperativas do modal, com o objetivo de verificar a necessidade de manter os veículos em bom estado de conservação e de servir bem aos usuários.

Ainda conforme o IMMU, caso o usuário se sinta lesado, o mesmo deve identificar o veículo e formalizar a denúncia junto ao Instituto para que sejam tomadas devidas providências. Com a desordem e até má conduta de alguns motoristas, o transporte alternativo se tornou essencial para os moradores da Zona Leste e Norte que utilizam o serviço diariamente.